15 de abril de 2014

são paulo.

São Paulo will eat you up. E não feliz, ela vai te mastigar e te cuspir de volta. São Paulo não tem tempo pra sentimentalismos, é que nem um amante desonesto... Vai te usar enquanto puder, e até pode te dar um ou outro momento de satisfação e felicidade, mas no final é você quem acaba devastado quando ela decidir que não te ama mais. 
A vida em São Paulo é só para os fortes, eles dizem. Pra quem não é preguiçoso e quer vencer na vida. Eles só esquecem de te dizer que pra isso você deixará de ter uma vida. 
São Paulo não tem tempo pra bobagens. São Paulo is about eficiência. São Paulo não quer suas desculpas. 
Eu entendo o fascínio que São Paulo pode exercer pra alguns. Até eu me deixo levar as vezes. É como um feitiço, que faz com que você olhe pra todo esse cinza e veja possibilidades. São Paulo é uma cidade pra todos. Ela aceita qualquer um que a queira. Sem distinções. Não posso dizer que tendo crescido em cidade de interior, não seja nenhum pouquinho fascinada pelo anonimato e diversidade em São Paulo... O problema é que aceitando todos, ela acaba não amando ninguém. 

olhando assim até parece quase charmosinha. 

Dias como hoje me fazem ter certeza de que não existe amor em São Paulo. Pelo menos não pros fodidos como eu. Que moram longe do trabalho, que madrugam, que enfrentam uma jornada antes de sequer iniciar a jornada de trabalho. Hoje está chovendo. Isso já é motivo suficiente pra fazer a cidade parar. Sem exageros. A cidade realmente para. 
Todos os dias pra vir pro trabalho eu pego dois ônibus e o metro. O primeiro as 6h, pra começar a trabalhar as 8h. E eles estão SEMPRE lotados. Não consigo entender quem vê isso como um meio de vida válido. Isso pra mim não é vida. Não há dinheiro no mundo que pague pela minha qualidade de vida. 
E quanto mais tempo eu passo nessa cidade, mais isso rodeia a minha mente. Como encontrar o equilíbrio? Como encontrar todo esse amor que dizem existir em São Paulo? Como reprogramar minha mente pra apreciar isso tudo? 
Todos já haviam me dito que a readaptação não era fácil. Que a gente nunca se acostuma completamente. Que a saudade sempre vai bater. Não sei por que, mas eu sinto que pra mim vai um pouquinho além disso. Não é só saudades. É inconformidade. É não querer aceitar e me acomodar com o que tenho aqui. Novamente, isso não é vida. Não pra mim ao menos. 



2 comentários:

  1. Aqui no Rio esta a mesma coisa. Nao existe horario sem engarrafamente e os transportes publicos estao sempre lotados em um nivel absurdo. Qualidade de vida nao existe simplesmente. Estou me planejando para ir a Holanda ano que vem como au pair e meu medo e confirmar algo de que ja suspeito, que nao nasci para viver aqui. (desculpe a escrita, meu teclado esta ruim).

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  2. Volto para Porto Alegre em inicio de outubro e sofro, antecipadamente, do mesmo mal: E se eu noa me readaptar a viver no lugar que sempre achei que pertencia? O q faco da vida, se eu nao quero jamais ser au pair novamente? Oooo ceus!
    btw, otimo post, otimos textos, to curtindo o blog! Seja bem vinda a America do Norte ;)

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