31 de dezembro de 2013

sobre final de ano

Finais de ano sempre foram épocas marcantes pra mim. Não sei dizer exatamente por que, mas o sentimento de encerramento de ciclos e recomeço sempre pegou forte pra mim nessa época e uma das minhas grandes preocupações foram sobre como seria passar por isso longe de tudo. 

parece que faz uma vida, mas faz só exatamente um ano mesmo. 

Hoje já é dia 31, ainda não acabou 2013. Mas é quase lá. 
2011 foi um ano razoável. Foi o final de um ciclo. Quando ele acabou, acabou a fase segura da minha vida na qual eu estive por um longo tempo... E aí veio 2012. 
2012 foi um ano complicado, pra ser delicada. Foi um ano de recomeço, onde nada era certeza e milhares de oportunidades se abriam, ao mesmo tempo em que não. Foi um ano que me senti perdida, insegura, sem saber ao certo se tudo aquilo em que acreditava estava correto. E mesmo com a esperança surgida no finalzinho dele, ainda existia uma grande insegurança me dominando e fazendo com que o início de 2013 fosse de muita ansiedade. 
E devo admitir que 2013 não começou dos mais fáceis. Mas acabou se tornando um ano de confirmações. Sim, eu estava certa. Sim, valeu a pena. Sim, eu consigo. Sim, é possível. Sim, essa vida existe. 

seja bem vinda Isabella. fazia tempo que estava te esperando. att, seu eu antigo.

Acho complicado chamar 2013 de um ano de descobrimentos, por que eu meio que sabia,no fundo no fundo, tudo o que eu "descobri" em 2013. Só não tinha o que era necessário pra realmente acreditar.
Tenho tanto pra falar sobre 2013, que ano incrível foi esse! Mas ao mesmo tempo, o sentimento é tão overwhelming que não consigo articular meus pensamentos de maneira que possa criar uma retrospectiva razoável. 
2013 foi o ano de deixar tudo o que é desnecessário pra trás. Aprender a dar valor ao que importa realmente e carregar apenas aquilo que é indispensável. Seja no coração, ou nas malas minúsculas das companhias low cost
Foi o ano de realizar sonhos que eu nem sabia que tinha. E de descobrir paixões onde jamais imaginei que existiriam. Foi o ano de viajar. E viajando, me encontrar. E encontrar outras pessoas, só pra deixá-las novamente alguns dias depois. Mas não sem levar alguma coisa comigo. 
De ganhar uma nova família. E 4 filhos. E um amor por eles de um tamanho que eu nem sabia que era possível ter. E de passar a entender o tanto que foi difícil pra minha mãe me deixar vir pra cá, só de pensar em ter que dizer adeus pra eles em aproximadamente dois meses. 

minha foto favorita de todos os tempos. 

Foi ano de abraçar uma nova cultura, uma nova língua, uma nova cidade. E ser abraçada de volta. Ainda que do seu jeito particularmente frio e brusco. É ter dificuldades em pensar na vida sem as pequenas coisas daqui, do mesmo jeito que foi difícil pensar na vida aqui sem as pequenas coisas de lá! Do mesmo jeito que ainda não achei um substituto pra paçoca, acredito eu que jamais encontrarei outro pra chocopasta! 
Descobrir um estilo de vida que nem nos meus sonhos mais ambiciosos eu imaginei que poderia conhecer. Transformar esse estilo de vida em meu. Comer mais vegetais. Tomar menos refrigerante. Ficar mais ao ar livre. Comemorar e valorizar dias de sol. Ter a bicicleta como parceira indispensável. Descobrir grandes  e pequenas coisas e transformá-las em indispensáveis. Afinal ter 100% de água potável é tão importante quanto poder ir e vir pra balada de bicicleta sem depender de carona! 
Aprender a controlar orçamento. E a se arriscar. E se arriscar sem sair do orçamento.E economizar, sem vergonha de ser mão de vaca. E gastar com aquilo que merece ser gastado. Aprender a ter e balancear prioridades... Prioridades, vontades, sonhos, desejos... 

dos sonhos que se tinha...

Mas eu acredito que no final das contas a lição mais importante que ficou foi: acreditar mais em mim mesma e em todos os meus instintos. Deixar a voz de dentro falar e tomar conta. Se deixar levar por aquilo que o momento ta pedindo. Me deixar ser. 
A Holanda me ensinou muitas coisas. É impossível querer falar de every single one ou dizer qual foi a grande moral da história. 2013 ta acabando, tudo que eu vivi e aprendi nele, não tão cedo. 
2013 não abriu os meus olhos. Escancarou, rasgou. Abriu portas, janelas, estradas, derrubou muros e paredões. 2014 está chegando com a responsabilidade de herdar esse fardo. Que eu bem acredito que não será fácil de ser levado pra frente não. 
Em 2013 eu fugi pra me encontrar. Clichê, porém verdadeiro. Foi necessário atravessar um oceano, conhecer outras culturas, outros países, outras pessoas... Mas finalmente cheguei a mim mesma. E tenho estado aqui pelos últimos meses. E com a proximidade do final de mais um ciclo, vem chegando a insegurança e ansiedade de novo. 
Mas se tem algo que aprendi nesse ano (e vamos ser clichês mais uma vez. muito clichês...) é que o que não mata, fortalece. E que mudar, reiniciar a vida sem todos os old habits que carregávamos apenas por costume, pode ser melhor que anos de terapia! 

dos momentos de felicidade gritada escrachada  

Que a felicidade me encontre novamente em 2014 do mesmo jeito que encontrou em 2013. E que não só a mim, mas que encontre a todos vocês e quem mais estiver precisando dela! 

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