24 de março de 2013

Duas Semanas!

Duas semanas desde que pisei na Holanda pela primeira vez! Duas semanas sentindo o frio holandês! Duas semanas calejando a bunda na bicicleta! Duas semanas de um cardápio completamente diferente! Duas semanas de vida nova! 


Houve quem dissesse que eu não aguentaria nem uma semana! Então me sinto bem orgulhosa de dizer que sim, eu sobrevivi! E vou sobrevivendo! E vou aprendendo cada dia um pouco mais sobre como funciona a vida por aqui. E não vou dizer que é fácil, cada dia é uma situação nova que tenho que enfrentar, mas a gente continua... E continua! 
Essas duas semanas passaram numa rapidez que nem vi. E ao mesmo tempo em que fico agoniada de ver tudo passando assim rápido e com medo de não conseguir aproveitar tudo... Fico aliviada de ver que um ano não demora tanto assim quanto parecia que ia demorar. Não que eu já queira voltar, bem ao contrário disso... Mas é bom saber que caso um dia eu queira, vai estar faltando bem pouquinho pra isso. 
Sinto falta do sol... De colocar roupa de frio e ficar realmente quentinha... De comer arroz e carne todo dia... De brincar com as cachorras... 
Mas ao mesmo tempo amo poder ir pra todo e qualquer lugar de bike, sem me preocupar. Poder beber água de qualquer torneira por que a água da cidade inteira é potável (sim, qualquer torneira!). Amo as paisagens e como tudo é lindo e limpo. Amo o preço dos chocolates e produtos de higiene pessoal (odeio os de roupas e calçados!)
E assim a gente vai dia após dia... Descobrindo uma coisa nova pra substituir algo que faz falta. Aprendendo a resolver sozinha toda e qualquer situação, sem ter pra quem pedir opinião. Lendo mapas como ninguém, uma habilidade valiosíssima nessa nova vida! Encontrando novas comidas favoritas. E sobrevivendo! 

Agora faltam só mais 351 dias! 

A chegada!

E finalmente cheguei na Holanda! 
Sai de GRU no dia 09/03 as 20:10h. O aeroporto tava num dia daqueles sabe? Ar condicionado sem funcionar, chuva lá fora, voos cancelados sem motivo aparente, muita fila, confusão, eu já nervosíssima... Enfim... 
Depois de enfrentar a fila imensa pra despachar minhas malas (2 malas grandes, uma com 30kg exatos!), já tava bem em cima da hora pra embarcar... E foi tudo meio corrido... E  a  despedida... ah a despedida! 
Como é difícil se despedir! puta que pariu! Mesmo que sabendo que não havia motivo pra desespero, impossível não se acabar. Eu acredito que passei umas 3 horas diretas chorando... Passei pela primeira vistoria chorando, procurei meu portão chorando, entrei no banheiro chorando, achei minha fila chorando, fiquei na fila chorando, entrei no avião chorando, achei meu assento chorando, e ainda passei um bom tempo durante o voo chorando. Eu era aquela pessoa que todo mundo olhava com carinha de dó feat. irritação.   Afinal, nada legal aquela pessoa caquela vibe HORROROSA do seu lado por muito tempo né? 
Mas a sensação que eu tenho, é que chorei tudo que havia pra chorar nessas 3 horas... Na hora que eu parei, parei por completo e só conseguia pensar em chegar logo e encontrar minha família! 
Mas isso não aconteceu logo. O voo era longo PRA CARALHO... Foram 11 horas de pura agonia! E por causa do tempo chuvoso, tivemos bastante turbulência... Não do tipo que faz as máscaras caírem e você voar do assento... Mas do tipo "andando de busão circular nas ruas esburacadas" sabe? E bom... depois de um certo tempo isso começa a te enjoar, a enjoar todas as pessoas ao seu redor, a te dar agonia, a te injuriar... Enfim... Assisti 2 filmes, dormi quase nada, fiquei o tempo todo cutucando o cara do lado sem querer, não perdi uma oportunidade pra dar um rolezinho pelo avião e comi tudo que tinha direito HEHEHEHEHE. 
Quando finalmente pousamos, começou a bater um milhão de desesperos diferentes: e se minha família não tivesse lá? e se perdessem minha mala? e se eu me perdesse dentro do aeroporto? e se... e se...
Mas felizmente nada disso aconteceu... e quando vi minha família, acenando e gritando meu nome com uma placa gigante de boas vindas, não poderia ficar mais feliz! 

placa linda de boas vindas que guardei com maior carinho aqui no meu quarto!

E claro que como era EU chegando, não poderia deixar de ter alguma isabellice né? E a dessa vez foi tomar um SUPER tombo, com direito a joelho roxão e tudo mais logo nos primeiros momentos com a host family! YEY! 

joelho direito com o novo roxo recém adquirido e o joelho esquerdo com recordações do Brasil ainda!

Nos meus primeiros dias, pra me ajudar a me acostumar com a rotina e a lidar com as crianças, a antiga nanny delas ainda estava vindo. Joska, uma holandesa muito simpática e gentil, que me deu todas as dicas. Ela trabalha como comissária de bordo durante o verão, e esse era um dos trabalhos de inverno dela... Ela tava com eles há quase 4 anos e conhece bem as crianças e a rotina. Me tranquilizou demais em relação a como lidar  com eles e em relação a rotina. Claro que ela tem a vantagem de falar a mesma língua com eles e poder usar todo e qualquer poder de persuasão que tenha! 
O idioma, obviamente, foi o primeiro grande desafio a ser enfrentado. De primeiro momento minhas crianças não entendiam absolutamente NADA do que eu falava, e eu estava com aquela sensação de quem meu inglês regrediu prum "me name isabella. what you name?" e teve momentos em que por pouco não soltei coisas desse tipo... Mas os meus hosts tem toda a paciência do mundo comigo (pelo menos por enquanto!) e falam que é normal, que vamos levar um tempo pra nos acertar 100% e que apesar de ser um desafio, é algo extremamente bom pras crianças conviver com o inglês dentro de casa. 
Eu ainda não tenho uma cama no meu quarto... Nem um guarda-roupas... Acho que minha host andou comprando no Submarino pq olha... Só isso explica mais de um mês de atraso na entrega! Então ainda não estou 100% acomodada no meu quarto... 
Eles me deram uma bike, que é uma graça de bicicleta... bem "amsterdanesa"... Que eu tenho aproveitado DEMAIS. Sempre simpatizei com bicicletas, depois de ver a facilidade que é pra se locomover por aqui com elas então... apaixonei

Minha bike, minha melhor amiga! <3

E um dos lugares que já amo ir com ela, é no Voldenpark... Um dos mais, se não o mais, famoso parque de Amsterdam! O parque é absurdamente lindo, tem muita coisa legal, e a cada vez que vou, descubro um novo cantinho! Hoje iniciei uma amizade com os patos e espero que ela seja duradoura! 

eu no meu cantinho preferido do parque! 

Por enquanto é isso, foi só um resuminho básico sobre como foi aterrissar na terra das bicicletas e já estou cheia de idéias sobre assuntos específicos, como o dutch como língua oficial, andar de bike pela city, o clima louco, alguns lugarezinhos bacanas... enfim... 
That's all folks! See you soon! 







23 de março de 2013

HBN - Huisje Boompje Nanny


Uma das coisas que mais me perguntam é a respeito da agência que eu contratei pro au pair. 
Como antes de contratar, eu também busquei por informações like crazy, afinal, uma coisa é a imagem que a agência vende, outra bem diferente é a experiência de quem realmente utilizou os serviços, eu resolvi contar da MINHA experiência com a HBN. 



A primeira coisa que fiz quando decidi pelo au pair na Holanda foi me cadastrar no GAP e no APW, comecei a entrar em contato com famílias e ver o que elas procuravam nas suas au pairs... Até então, não havia realmente conhecido NENHUMA menina que havia feito o au pair pra lá e tava bem receosa. 

Uma das famílias que favoritei no GAP, me favoritou de volta e quando li no perfil que a host mom é dona de agência de au pair já pensei em: SCAM!!!!!!!!!!!! Ela vai me dizer que tem agência, que preciso mandar dinheiro, que preciso pagar e depois vai sumir. 
Como boa ~~little stalker~~ que sou, já me prontifiquei a googlar o nome dela + au pair agency. 
E acabei descobrindo que a agência era de verdade sim. Mas isso não me garantia que era uma empresa idônea, certo? 
Achei a página da agência no facebook, e comecei a procurar meninas que haviam ido por ela, e poderiam me dar alguma referência... 
E foi só então, que tive a idéia GENIAL de procurar grupos no facebook, que fossem de au pairs na Holanda. 
Pra minha surpresa, quando fui aceita no grupo de brasileiras, a maior parte das meninas não só haviam ido pela HBN, como falavam extremamente bem dela. 
A essa altura do campeonato eu já havia entrado em contato com a agência via e-mail e estava começando a conversar com a Laura, agente que me foi designada pela Emeline... sim! A host mom do GAP! Dona da HBN! 

Com as mudanças na lei, houveram algumas mudanças entre o processo que eu fiz e o que as meninas estão fazendo agora, abaixo vou tentar explicar como estão acontecendo as coisas pela HBN agora... Vem comigo! 

Passo a passo:

Já aviso que esse texto vai ser longo. Vou colocar como é feito o processo e em seguida como foi COMIGO em cada fase. Ou seja... Senta que lá vem história... 

Primeiramente se tem que preencher o REGISTRATION FORM. É um arquivo bem simples, só com alguns dados. 
Junto com ele se envia algumas fotos suas, como se fosse as fotos prum application de agência americana mesmo. 

(Meu caso: Mico gigantesco eu tentando enviar isso desesperadamente pro email da agência e recebendo mensagem de erro, PORÉM, os emails estavam indo. Eles receberam uns... três ou quatro registrations meu, mais um email avisando que não conseguia enviar por nada RERERE)

Com a mudança da lei, mudou-se a maneira de cobrar as taxas da agência. Quando eu dei entrada no processo era: 125 euros pra agente brasileira, 125 euros pra agência holandesa!  Agora são 30 euros de inscrição no programa, pagos nessa etapa e 120 euros pra agente brasileira mais 120 pra agência holandesa. 

O pagamento da inscrição sendo feito, o próximo documento a ser preenchido e enviado é o INTAKE FORM, um arquivo com várias perguntas a seu respeito, que englobam T-U-D-O. Desde sua experiência com crianças, até a sua relação com a sua família e experiências profissionais paralelas. 

Existe um novo formulário a ser preenchido, que eu não sei exatamente em que ponto deve ser feito, mas IMAGINO EU, que seja junto com o intake, pois nele existe uma lista de tarefas que você assinala se sabe ou não fazer e se está disposta ou não a fazer. Desde tarefas de casa como varrer, até tarefas de criança, como trocar fraldas. Ao contrário do intake em que você escreve por extenso, contando uma história, esse é apenas de assinalar: sim, não, quero aprender, não quero aprender. fim. 

É nesse momento que o pagamento para a agente brasileira tem que ser feito, pois é quando ela começa a prestar os serviços dela.

(Meu caso: ficou acertado entre eu e a Laura que só pagaria após o meu match, por causa de toda a minha situação com a APC, então fui direto pra próxima etapa.)

O Intake completo, você faz uma entrevista com a agente brasileira, eu fiz com a Laura, mas agora só tem a Nadja. Essa entrevista é pra revisar seu intake, ver se ficou alguma dúvida a respeito do programa, se tem algo que pode ser melhorado nele, enfim... Como uma consultoria a respeito do seu perfil. 

(Meu caso: como eu já estava no processo pros states HÁ MESES, eu já sabia de cor o que responder em todos os campos, sendo assim, nem precisei rever nada, a Laura só tirou minhas dúvidas e explicou um pouco mais sobre COMO É ser au pair na Holanda. Como não precisei pagar inscrição,  entre preencher o registration e o intake se passaram... dois dias, e olhe lá!)

Entrevista com a Nadja feita, ela envia seus documentos pra HBN na Holanda e marca uma entrevista com as agentes de lá, a Emeline e a Lizzy. Como elas que te apresentam pras famílias, além de querer saber o nível do seu inglês, elas repassam pelo intake também, querendo mais detalhes de você pra ter uma idéia melhor de como você é e com que tipo de família você se daria melhor. 

(Meu caso: Tive a entrevista somente com a Emeline, até hoje só falei com a Lizzy via e-mail mesmo, e não sei por que. Com a Emeline foi tranquilíssimo, ela disse que as minhas respostas estavam bem completas e que eu parecia ser bem madura, que ela inclusive pensou em me chamar pra ser a au pair DELA, porém havia começado a conversar com uma outra garota antes e já tinham se acertado. Ela disse que não demoraria pra eu conseguir uma família pois tinha  um excelente perfil. 
ps: no dia fiquei super WOW ela me queria pra au pair dela! mas depois pensei bem e: magina só ser au pair da dona da agência? se der problema cê reclama pra quem? D:)

Aí agora é esperar pelas famílias!

Quando a família procura a agência, elas apresentam as au pairs que acreditam que combinem com a família, e marcam um skype entre os dois para se conhecerem. 
A gente recebe um arquivo chamado SUMMARY TAL FAMILY, que é onde tem as informações a respeito da família... Endereço, quantidade de crianças, idades,  como eles são, o que eles esperam, como vai ser a rotina... Enfim... Tudo o que você precisa saber pra aceitar ou não fazer o skype com a família. 
Geralmente no email já vem a data e hora em que a família quer falar contigo. 
Logo após o primeiro skype a família já decide com qual au pair quer continuar a falar, e a HBN dispensa a outra. Ou seja, nada de ser enrolada forever por família indecisa! 

(Meu caso: eu falei com duas famílias. Achei ambas bem legais, e acho que o sistema de "acho que eles podem dar certo juntos" da Emeline até que funciona bem! hahahaha
A primeira foi pouquíssimo tempo depois de fazer a entrevista com ela, e a segunda umas duas semanas depois! Tudo bem rapidinho mesmo!)

AÍ VEIO O MATCH! 
O meu veio por um email da Lizzy, me comunicando que eles queriam eu como au pair. Não sei se outras famílias fazem diferente, então não tenho como chutar! 

Depois do match vem a parte burocrática...
De cara precisa preencher o documento pra solicitar o visto... É bem simples, seus dados, o consulado no qual irá retirar e o aeroporto de onde irá embarcar. 
Junto com ele tem que enviar o passaporte escaneado... TODAS AS PÁGINAS. 
E aí os documentos que são necessários pra qualquer país também: atestado de saúde e de antecedentes criminais. 

Quem dá entrada no visto é a HBN juntamente com a família, no IND. A nós, resta apenas esperar pela aprovação e levar o passaporte no consulado daqui pra pegar o stamp. 

Além disso, temos que providenciar alguns documentos para serem apresentados na Holanda: segunda via de certidão de nascimento legalizada e traduzida e procuração caso vá deixar alguém responsável pelas suas coisas aqui. 
DICA: vá atrás disso logo depois do match, tem alguns prazos chatos que podem atrapalhar sua vida caso não tenha tempo de sobra como eu! 

E aí depois do visto é marcar a passagem e embarcar! (:
E ah! Pagar a taxa da HBN quando chegar lá!

Pela nova lei, as agências só podem cobrar uma taxa de 30 euros de inscrição no programa. Porém, como ninguém vive de vento, as taxas da HBN passaram a ser opcionais, 120 euros pra agente brasileira, 120 euros pra agência holandesa. 
Só que como funciona? Se você optar por não pagar essas taxas, você preenche o registration, envia suas fotos, paga a inscrição, eles te colocam na lista de au pairs interessadas, PORÉM, todo o suporte e apoio das agentes não se aplica a você. Existe um au pair book pras famílias consultarem, porém a maioria prefere o serviço personalizado, com as entrevistas completas e perfis indicados. Você economiza, porém suas chances de conseguir família se reduzem DRASTICAMENTE. 

Espero ter conseguido cobrir tudo aqui e ter tirado todas as dúvidas a respeito da HBN. 
Qualquer coisa, é só perguntar! 

Vai aqui o blog da HBN Brazil, feito pela Nadja: http://hbn-brazil.blogspot.com.br/

Wishlist - Trips


time to be cliche! 
sim, me desculpem mas na minha wishlist de viagens não sobra muito espaço pro inesperado, exótico ou super alternativo. 
vamo lá... 



OBRIGATÓRIOS:
- Paris
- Londres
- Atenas
- Berlin

ADORARIA:
- Roma
- Milão
- Madri
- Riviera Francesa
- Dublin 
- Antuérpia

Quem me conhece sabe como eu sou influenciável e acabo me deixando levar e esquecendo de fazer o que eu tinha me proposto inicialmente a fazer. Já fui duas vezes ao Rio e nunca estive no Cristo, pra vocês terem uma idéia. 
Então eu montei a lista só com 4 pontos obrigatórios de visita, afinal, se conseguir cumprir isso já estarei mais do que satisfeita. 

Paris por motivos óbvios de: estou na Europa eu TENHO que conhecer Paris. 
Londres por motivos de: sonho de adolescência. O sonho na verdade era morar em Londres, mas se o que tem pra hoje é visitar já está mais do que suficiente. 
Atenas por motivos de: sou nerd e na escola eu era fascinada pela mitologia grega. Me vejo chorando lágrimas de emoção ao ver o Parthenon, isso é o quão ridícula eu sou. 
Berlin por motivos de: segunda guerra mundial era minha obsessão da adolescência. Lia desde livros com histórias reais até aqueles romances bobos água com açucar. Preciso ver ao vivo. 

Na parte de lugares que eu adoraria ver, estão cidades que eu sempre ouvi dizer maravilhas, porém não estão no topo das minhas prioridades (ah jura!).

Na minha wishlist também inclui ao menos uma viagem por mês, mesmo que seja pra cidade vizinha. É um objetivo que com muita fé, muito planejamento e muita economia eu espero conseguir cumprir. 

Pra quem não sabe, viajar é a grande paixão da minha vida. Quem me dera poder viver uma vida itinerante, pulando de país em país, sem me preocupar com estabilidade, carreira, família ou dinheiro. Entre os meus objetivos de vida ainda tem fazer um mochilão. Daqueles MOCHILÃO mesmo, pedindo carona, dormindo em albergue e sem destino certo ou roteiro de viagem. 
Enquanto o mochilão não acontece, a gente vai vivendo de malinhas mesmo, um pedacinho do mundo de cada vez. Torcendo pela encarnação em que virei pra esse mundo rica e herdeira e poderei fazer o que bem entender da minha vida, quando quiser, sem me preocupar! 
Mas, por enquanto é isso. Fica aqui o registro de planos e idéias e daqui um ano a gente volta aqui, pra ver o que deu errado ou o que deu muito certo! 

Diário de Bordo - Ansiedade


Ansiedade, essa bicha que te pega e te corrói as tripas. Que te dá noites insones e dias excessivamente dormidos. Que faz com que se roam as unhas, até as do pé se fosse possível. Que causa coceira, irritação, dor de barriga, mau humor e comportamentos desviados. 
É disso que eu to falando. Por que  chega uma hora que a gente  desiste de lutar contra ela, e se cansa e se entrega. Pra ver se quem sabe assim a abençoada resolver nos abandonar. 
Mas não, ela se faz presente, nos mais diversos momentos, onde tudo o que você menos quer é aquele bicho ali, te dando siricutico. 
É hora que não passa, é dia que dura meses, é semana que se repete... 
É diversão que de repente se transforma em desespero. Por motivo algum, apenas pelo simples prazer que a bendita tem em acabar com qualquer momento seu. 
É falta de concentração crônica, que torna impossível a realização de qualquer tarefa. 
É fome sem fim. Que te devora, te consome e te culpa. 
É necessidade de mudança. De renovação. 
Um ciclo que se recusa a fechar, que se estende por meses a fio e quando mais perto do fim parece, mais angustiante se torna. 
É um desejo simples, quase ridículo e infantil, que parecia inofensivo mas te dominou, e não é uma música do charlie brown jr, e consegue ser pior na verdade. 
Pior que ressaca moral, é ressaca ansiosa. Antes tivesse perdido a dignidade, e não somente tempo. 

Diário de Bordo - 24/jan


como tudo começou:

eu acredito que a maioria das pessoas já quis sair do país, fazer intercâmbio, morar fora, viver uma experiência nova... mas como todos sabem, esse não é um sonho daqueles mais fáceis de realizar. 
na verdade, é muito mais fácil deixar pra lá. o que vai ter de gente pra te questionar e duvidar de você, eu já aviso desde já, não vai ser pouco! e os argumentos variam... desde o clássico "é perigoso", até o banal "é perda de tempo", passando pelo honesto "você não tem dinheiro pra isso"
e aí que tá... a sua determinação começa a ser testada desde o derradeiro início. e não vai parar de ser testada tão cedo. 
o engraçado é que desde quando eu era adolescente e as pessoas me perguntavam o que eu ia fazer quando fosse adulta, eu pensava em "vou morar fora". claro que a resposta que saia geralmente era um "vou decidir ainda, não sei". 
era aquele tipo de sonho que não condiz com a realidade... e antes de querer mundos e fundos, temos é que ter pé no chão! 
até que um dia os fundos chegaram. e aí só faltava conquistar o mundo!

escolher o au pair como intercâmbio não foi uma decisão fácil. 1 ano parecia muito tempo, cuidar de crianças parecia assustador e "ser parte de uma família" gerava mais medo do que conforto. 
mas era o único programa que cabia no meu orçamento. so.. be it! 
quando eu decido algo, eu REALMENTE decido. e não deixei espaço para hesitações ou medos, mergulhei de cabeça. bendita a hora em que fiz isso. 
o processo todo foi uma montanha russa, com muito mais baixos que os esperado e altos espetaculares. 
e finalmente aqui estou eu... prestes a realizar o sonho de adolescente. pronta pra desbravar o mundo. 

with an open and brave heart... here I go! 

Night Life!


como somos pessoas com PRIORIDADES nessa vida, é óbvio que uma das primeiras coisas que fomos pesquisar foi: bar e balada
pra que procurar cursos? ou quem sabe descobrir como funciona o sistema de trams, não é mesmo? quero mais é BUTECO


e pra alegria de muitos e felicidade geral da nação, opções nesse sentido não faltam

dica esperta do dia: o site da cidade de amsterdam (www.iamsterdam.com)
ele tem muitas dicas pra quem ta indo pela primeira vez e não sabe por onde começar. 

eu acho que qualquer pessoa que se deu ao trabalho de ler o mínimo a respeito da holanda, conhece a fama das cervejas. e acredito que nem preciso dizer que estou ~~on fire~~ pra provar e ver qualé!
bares e cervejarias tem aos montes, inclusive tem uma que fica num moinho, coisa artesanal e tal! phyno! 

além disso, existem MUITAS opções de baladas. senti falta das baladas ''pop music'' que tem aqui, meio alternativas, meio gls... cêis sabem do que to falando. parece que o eletrônico que não sei dizer o que é, é o forte por lá. e pra pobre au poor aqui, achei os preços meio salgadinhos. 

claro que isso são apenas as impressões ~~by google~~ de quem ainda nem colocou o pézinho lá pra sentir a realidade. 

conforme eu for REALMENTE experimentando tudo isso (inclusive os famosos coffee shops e o red light district) vou falando a real por aqui! 

afinal, é o tópico mais importante, não é mesmo?

Learning Dutch


aí que uma das primeiras  preocupações que surgem quando se pensa em ir pra outro país é: COMUNICAÇÃO
por mais que todos digam que é super tranquilo se comunicar em inglês na holanda, principalmente em Amsterdam, não vou esperar e pagar pra ver não é mesmo?! 
ou vou? 
PENSE NUMA LÍNGUA FILHA DA PUTA. 
acrescente alguns grunhidos e rosnados. 
e bom, chegou perto do holandês. 



se por um lado a maioria das letras soam exatamente como em português, por outro... as que não soam são simplesmente... irreproduzíveis! 

e aí? como faz? desiste? abandona? faz mímica? instala um app tradutor no celular e reza pra ele funcionar? 

no meu caso, eu não posso desistir. as crianças das quais cuidarei não falam inglês! YEY! 
PRECISO aprender o básico ao menos pra conseguir lidar com elas de maneira apropriada. 
então o que me resta? continuar praticando meu grunhido gutural de deixar qualquer cantor de rock com inveja pra ver se assim o rrrrrr sai! 

abaixo tem algumas dicas pra quem quiser se aventurar por essas bandas! 

tot ziens! ;)

Dicas de Holandês:

h tem som de h. g tem som de r. ch tem som de r. sh tem som de r. r tem som de r. mas o r é um grunhido e não um som. de verdade. e etc e tal...
dá pra perceber que estou bem no comecinho (e bem fodida)... então vem cá comigo nessa! 

vídeos úteis:
https://www.youtube.com/user/dutchforn00bs
https://www.youtube.com/playlist?list=PLE707908090127F49
https://www.youtube.com/user/DutchPod101/

cursos online: 
http://www.forbeginners.info/dutch/

sites pra aprender e treinar:
https://www.dutchpod101.com/
http://livemocha.com/

Quem souber de outras dicas, pode acrescentar nos comentários! ;) 

Pré - Match 2: Holanda


eu gostaria de ter um momento pra dizer que foi AQUELE momento. ou uma história pra dizer que foi o que me inspirou... mas na verdade, a minha decisão pela holanda aconteceu de maneira bem sem graça... simplesmente acontecendo. 


eu havia me dado o prazo de 3 meses pra ter match, além disso seria inaceitável. quando esse prazo chegou e eu estavam sem família, sem previsão, sem esperanças e sem plano b... entrei em depressão
tá, não daquelas de verdade, que te deixam doente e te consomem de dentro pra fora. mas é que a sensação de não ter idéia do que fazer da vida é horrorosa. quem me dera ser dessas pessoas cheias de certezas que não duvidam em momento algum sobre o que fazer ou quais decisões tomar. 
passei praticamente um mês adormecida. tentando ignorar a minha realidade e tentando me fundir ao meu colchão. já estávamos passando tanto tempo juntos mesmo... 
e foi aí que, do nada, simplesmente apareceu... "nossa, ser au pair na holanda deve ser bem bacana né?". assim mesmo. desse jeitinho. 
santo google padroeiro das almas perdidas nessa internet: foi ele quem me deu uma luz e um futuro novamente!!!!!!!!!!!!!

primeiramente descobri que au pair na holanda é algo completamente legal e apoiado pelo governo. depois descobri que, POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, eu estava dentro de todos os requisitos. 
abençoada Holanda por falar inglês razoavelmente bem e aceitar o meu inglês razoavelmente ruim. 

aí começou a saga de procurar famílias... como na holanda não existia a obrigatoriedade de se ter agências intermediando o processo, eu comecei por conta própria, em sites como au pair world e great au pair. e em poucos dias tive mais sucesso do que em todos os meus meses tentando os estados unidos. tive, inclusive, um pedido de match! porém não era exatamente as condições que dariam certo pra mim. 
e foi em um desses sites que eu tropecei na Emeline, a dona da HBN que é a agência com a qual eu fechei. 
mas isso, é história pra outro post!
;)

Pré - Match 1 : Estados Unidos


O programa de au pair mais famoso e comum é o pros Estados Unidos. Todas querem desbravar a América!!!! 
Como boa principiante que era, me joguei nessa empreitada de corpo alma e coração. Ah se eu soubesse... 
A minha agência era a STB, representante brasileira da APC. O preço extremamente atrativo foi o que me ganhou. E eu acredito que ainda valha a pena, o custo é praticamente a metade de outras agências americanas e o serviço oferecido, o mesmo. 
Porém como nem tudo é perfeito... Eu tive diversos problemas. 


Quero deixar claro que isso aqui se limita única e exclusivamente a minha experiência com a empresa. Conheço pessoas que contrataram o mesmo que eu e em nenhum momento tiveram problemas, muito pelo contrário. 
Um dos problemas que eu tive foi em relação a horas de experiências com crianças. Eu enviava os comprovantes de que havia cumprido mais horas de experiência e eles adicionavam apenas uma parte delas ao meu perfil. Ao reclamar dei de cara com um outro problema... 
Por serem duas agências conveniadas, quando eu reclamava com a agência local, diziam que iriam solicitar pra agência americana e nunca resolviam nada. Quando reclamava direto com a americana, falavam que deveria direcionar meus questionamentos pra agência brasileira... E assim eu fui sendo jogada... Por meses... Sem ninguém resolver nada. 
O outro problema que tive foi em relação a famílias. Por ser conveniada a várias agências no Brasil, a APC tem um número muito grande de brasileiras aguardando por família e não tem dado conta da demanda. Fiquei online por 6 meses. Tive apenas 3 famílias no meu perfil e só duas efetivamente fizeram contato. 
A primeira família me enrolou por mais de um mês e depois simplesmente SUMIU sem nem explicação. 
A segunda entrou, não mandou email, não respondeu ao email e saiu 4 dias depois. 
A terceira era simplesmente fabulosa. Foi o mais perto que cheguei de um match pela APC e a gota d'água que me fez desistir. Depois de quase duas semanas de conversas diárias me disseram que escolheram outra menina. That's ok, no hard feelings, mas já tinha iniciado o processo pra Holanda e tinha família me querendo por lá.. 
No geral, não tenho o que reclamar da minha agente, ela apenas seguia o que mandava o protocolo e é uma peça miníma em toda a engrenagem de mal funcionamento. 
O pior foi passar todos esses meses sem saber o que iria acontecer comigo, quando uma família iria se interessar por mim, tendo que lidar com rejeição e com o sentimento de impotência absoluta. 
Mas eu acredito que no final, foi pra melhor não ter dado certo. Eu nunca fui uma grande fã dos Estados Unidos e da cultura americana, reconheço o seu valor e aplaudo algumas atitudes, porém, não sei se me sentiria em casa. 
Sabe aquele ditado de "Há males que vem para o bem"? Pois então... 

au p... what?


Pra quem não sabe, eu estou indo pra Amsterdam como au pair. E pra quem não sabe o que é au pair, aqui eu vou colocar uma explicação ligeira. 

Au Pair é um programa de intercâmbio cultural que pretende proporcionar a jovens de diversos países uma oportunidade de trabalho e estudo, onde o intercambista vai morar com uma família local e cuidar das crianças da casa em troca de um pocket money mensal e uma bolsa de estudos. 

Traduzindo: uma maneira que inventaram de ter mão de obra barata dentro de casa disfarçada a um custo acessível pros pobrinhos que nem eu. risos. (brincadeira gente. não levem essa parte a sério. de verdade.) 

No caso da Holanda, é tudo legalizado pelo governo e mediado por agências. Tendo entre 18 e 25 anos, sendo solteiro e sem filhos, falando inglês intermediário, tendo alguma experiência anterior com crianças... Pronto! Cê pode embarcar nessa também!

Caso você queira mais informações e detalhes, GOOGLE TA AÍ PRA ISSO AMIGÃO. Você vai achar muita informação oficial em sites de consulado, agências e similares... E extra oficial em blogs e fóruns sobre o assunto. Sério. Tem muita informação out there.

Aqui eu pretendo contar um pouco das MINHAS experiências como au pair e como meu ano tem sido. Rotina, dificuldades, felicidades, estudos, trabalho... Enfim... 

Puxa uma cadeira e bem vindo a minha "au pair life".


Let me introduce myself!


Pra começar eu creio que preciso me apresentar. 
Oi! meu nome é Isabella!
Tenho 22 anos, nasci em São Paulo, mas cresci em Sumaré... uma cidade 120km away. 
No ano de 2012 eu decidi que precisaria mudar algumas coisas na minha vida e ir atrás de outras que sempre foram deixadas de lado. 
Depois de muitos becos sem saída e portas fechadas, acabei arrombando uma janela pra holanda.
E é aqui que pretendo narras as aventuras e desventuras desse ano na terra das bicicletas... Sinta-se mais do que convidado a se juntar a mim nessa jornada!